Avaliação multitemporal da qualidade do ambiente ecológico nas zonas de pressão de Unidades de Conservação Federais do Brasil.

Publicação atualizada por Francisco Fernandes

Área de Estudo: Unidades de Conservação Federais do Brasil

O rápido avanço da urbanização e de outras atividades econômicas predatórias sobre o ambiente natural, nas últimas cinco décadas, têm evidenciado a crescente contradição entre o desenvolvimento econômico e a preservação ecológica. O sistema ecológico das áreas destinadas à preservação, como as unidades de conservação, tem enfrentado desafios cada vez mais severos. Este estudo propõe uma abordagem baseada em um índice ecológico, utilizando sensoriamento remoto, para monitorar e avaliar as dinâmicas de alteração dos espaços ecológicos nas zonas de pressão (bordeamento de cinco quilômetros) das unidades de conservação federais do Brasil. A análise abrange uma série histórica de 30 anos (1995 a 2025) e emprega uma metodologia automatizada na plataforma baseada em nuvem do Google Earth Engine, utilizando séries temporais Landsat. Inicialmente, será realizada a mapeamento da distribuição do ambiente ecológico com base em uma sequência temporal de imagens Landsat com resolução espacial de 30 metros. A partir dessas imagens, serão calculadas variáveis associadas à vegetação, calor, secura e umidade, utilizando índices espectrais e bandas térmicas. As áreas com massas d’água serão previamente mascaradas para evitar interferências nos cálculos dos componentes principais dos quatro indicadores, que resultarão no índice de qualidade ecológica (RSEI). Em seguida, será aplicado um detector de potencial de mudança para estimar as dinâmicas de alteração sob uma perspectiva multitemporal. Para avaliar a tendência e a significância das séries temporais do RSEI, será utilizada a estimativa mediana de Theil-Sen, juntamente com o teste de Mann-Kendall, permitindo a análise das variações significativas ao longo do tempo. O índice de Hurst será incorporado para prever a tendência de desenvolvimento futuro do ambiente ecológico na área de estudo. Por fim, o coeficiente de variação será utilizado para determinar a estabilidade temporal do ambiente ecológico nas zonas de pressão ao redor das unidades de conservação federais. Espera-se que os resultados desse estudo revelem as principais dinâmicas de alteração nos ambientes ecológicos ao longo do tempo, fornecendo uma visão abrangente sobre as mudanças ocorridas nas zonas de pressão das unidades de conservação. A análise dos índices ecológicos e a aplicação de técnicas estatísticas permitirão a identificação de padrões de degradação e de preservação, contribuindo para a elaboração de estratégias de gestão e conservação dessas áreas.

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