O artigo, publicado em dezembro de 2016 na Revista de Geopolítica, que possui Qualis CAPES A2, foi escrito por Felipe Ferreira Moreira, Antônio de Pádua de Mesquita dos Santos Brasil, João de Souza Barros Filho e Valter Pinheiro da Costa. O estudo tem como objetivo principal destacar a importância geográfica da base aérea e estação de operação de “blimps” ou “zeppelins” construída durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) no município de Igarapé-Açu, no estado do Pará. A pesquisa aborda o contexto geopolítico em que essa estrutura foi criada e como sua função estratégica estava diretamente relacionada ao alinhamento do Brasil aos Aliados, especialmente aos Estados Unidos, em 1943.
Durante o período de guerra, a base aérea de Igarapé-Açu teve um papel relevante dentro da geopolítica e geoestratégia militar, sendo um ponto estratégico para operações no Atlântico Sul. Sua presença reforçou a influência norte-americana na região e marcou uma fase de colaboração entre os dois países em termos de defesa e logística. A instalação dessa base foi uma manifestação clara da espacialização do poder militar em um contexto global, evidenciando como determinados territórios passaram a ter grande importância dentro do cenário de guerra e das relações internacionais da época.
Com o passar das décadas, após ser desativada para sua função original, a base aérea passou por uma série de transformações em seu uso e ocupação. Essas mudanças refletem diferentes dinâmicas espaciais e sociais que se desenvolveram no município de Igarapé-Açu ao longo do tempo. A infraestrutura que antes servia a propósitos militares passou a ser reutilizada de diversas maneiras, acompanhando as necessidades e interesses das populações locais, além de se tornar um marco histórico e cultural da região.
O estudo ressalta a importância de compreender a evolução dos usos desse espaço e sua ressignificação ao longo do tempo. A análise da base aérea de Igarapé-Açu evidencia como determinados territórios podem adquirir novas funções e significados conforme os contextos políticos, econômicos e sociais se modificam. Dessa forma, a pesquisa contribui para o entendimento da geopolítica histórica da região e reforça a necessidade de valorizar a memória e os impactos que essas estruturas tiveram tanto no passado quanto na atualidade.